segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Análise de Beowulf


O poema reflete a época violenta em que foi escrito, cheio de sangrentas batalhas, em que os valores mais estimados são a honra, a coragem e a fortaleza. Outro valor central na época e refletido no texto é a lealdade e respeito entre os guerreiros vassalos e seu rei. Em recompensa pelos serviços prestados pelos seus guerreiros, o soberano lhes oferece riquezas (jóias, ouro, armas, cavalos) e terras. No poema, Beowulf demonstra frequentemente sua extrema lealdade ao rei dinamarquês Hrothgar e os reis gautas Hygelac e Heardred.

Vários personagens, tribos e acontecimentos do poema revelam que o relato se passa no século VI. Personagens semi-lendários como os reis Hrothgar e Hygelac (mas não Beowulf), aparecem em crônicas e sagas escandinavas, e a batalha contra os frísios em que morre Hygelac é possivelmente histórica, coincidindo com uma batalha travada no ano de 516 d. C. referida por Gregório de Tours. Beowulf, porém, deve ser visto como um poema criado para o entretenimento e não como crônica histórica.

Na época dos eventos narrados no poema os povos escandinavos eram ainda pagãos, mas o texto contém algumas referências a bíblia e a Deus, sem dúvida pelo fato de que os escribas eram já cristãos. Muitos aspectos da narrativa são, porém, mais condizentes com valores germânicos pagãos. Beowulf entra nas suas batalhas convencido de que não é apenas sua capacidade que decide o resultado, mas também a força sobrenatural do destino, um aspecto típico das sociedades germânicas guerreiras da época. Em outros trechos, porém, o narrador atribui o resultado favorável das batalhas à vontade de Deus. 

O poema épico "Beowulf" é um longo poema de temática heroica que apresenta as principais características épicas anglo-saxãs - sobretudo a dicção típica da narrativa dos feitos bélicos e os valores específicos de conduta militar - mescladas a uma amálgama de material histórico, elemento mitológicos comuns aos povos germânicos antigos e preceitos do cristianismo. (RAMALHO, 2007, p. XI)




Colaboração: Maria Fabiana Martins de Souza 

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